Comece a ter atenção aos rótulos das embalagens que compra, para se tornar um mestre da sustentabilidade e contribuir de forma ativa para um futuro mais sustentável!
Cada vez mais, as preocupações ambientais generalizam-se. Os consumidores estão mais atentos ao comportamento ambiental dos produtos que compram, já não sendo apenas o preço o único fator a condicionar as suas escolhas. Mais do que nunca, prevalece a consciência ambiental de quem compra, com as questões éticas do “eco” a pesarem na escolha entre um ou outro produto, de um número cada vez mais crescente de consumidores.
Atentas a isto mesmo, estão as marcas, que respondem com o marketing ambiental, sob a forma de rótulos ecológicos e sinalética que promovem ações ambientais por parte do consumidor. Foi assim que muitas empresas em todo o mundo começaram a exibir a sua responsabilidade ecológica, para promover a sua preocupação com a sustentabilidade, junto dos consumidores ecologicamente conscientes.
O que é a rotulagem ecológica?
Através da rotulagem ecológica - selos ambientais que não são mais do que o veículo de informação ambiental sobre o que vendem - as marcas ajudam o consumidor a perceber de que forma o produto tem um menor impacto sobre o meio ambiente, bem como a forma correta de o reciclar e, consequentemente, de lhe dar uma nova vida.
Mas enquanto alguns rótulos são regulamentados, outros são livremente estabelecidos pelas próprias organizações, o que pode abrir brechas para a publicidade enganosa sobre o produto em questão.
Para evitar isto, organismos internacionais, como a ISO (International Standardization Organization) implementaram normas para regular os rótulos ecológicos. Representados por símbolos gráficos, muitas vezes acompanhados por um texto descritivo sobre o produto ou sobre a embalagem, os rótulos ecológicos fornecem informação sobre o desempenho ambiental do produto e podem ser divididos em três diferentes categorias:
- Tipo I - são os certificados atribuídos de forma independente e voluntária, sendo designada uma organização responsável para definir um conjunto de critérios para atribuição de rótulos, com base no desempenho ambiental do produto em todo o seu ciclo de vida
- Tipo II - ao contrário das primeiras, que são certificações independentes, estas são autodeclarações dos próprios fabricantes, importadores, distribuidores ou outras partes interessadas relativamente ao desempenho ambiental dos seus produtos
- Tipo III - através de análises de ciclo de vida - que verifica o impacto em cada fase de um produto, produção, uso e descarte - e LCIA (Life Cycle Impact Assessment) - que verifica o impacto em diferentes áreas como aquecimento global e eutrofização. Estes rótulos disponibilizam informação regulamentada sobre o produto, acompanhada da interpretação dessa própria informação.
O rótulo comunitário europeu
Importante ferramenta de comunicação entre fabricantes, autoridades públicas e consumidores, a rotulagem ecológica foi normalizada pela União Europeia em 1992, ano em que nasceu o Ecolabel EU (uma flor, cujas pétalas são os estados-membros). Este rótulo europeu é atribuído aos produtos que preencham, durante todo o seu ciclo de vida, critérios ambientais rigorosos exigidos na regulamentação da própria União Europeia.
Os fabricantes terão de submeter as candidaturas ao organismo nacional competente, no caso português à Direção-Geral das Atividades Económicas, para que ostentem tal rótulo.
A comunicação verde das embalagens é feita, assim, através de diversos símbolos, com significado próprio, que pretendem esclarecer o consumidor sobre a própria conceção do produto e da embalagem, sobre as normas ambientais cumpridas pelo fabricante e ainda a indicação do local onde deve ser depositada a embalagem depois de consumido o seu conteúdo.
Os símbolos mais conhecidos
Neste último caso, estão os símbolos de deposição seletiva, por exemplo, já bem conhecidos do público em geral, como é a sinalética dos ecopontos, esclarecendo o consumidor se no fim de vida útil do produto a embalagem deverá ir para o ecoponto verde (vidrão), azul (papelão) ou amarelo (embalão). Estes rótulos memorativos limitam-se a recordar ao consumidor os seus deveres legais.
Meramente informativos são os símbolos da identificação do plástico, por exemplo, como o mais conhecido PET (politereftalato de etileno), habitualmente usado em garrafas de água, de refrigerantes, produtos de higiene e detergentes. Outro destes símbolos é, por exemplo, um produto feito de materiais reciclados (as famosas três setas circulares) ou até o famoso boneco a deitar fora o lixo.
A propósito deste tipo de plástico e para reforçar a importância da rotulagem, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática implementou, em março de 2020, um projeto-piloto que consistiu na instalação de máquinas automáticas de recolha de garrafas de plástico, com o objetivo de se educar a sociedade para um sistema eficiente de depósito de embalagens em Portugal. Nas 23 máquinas instaladas nas grandes superfícies comerciais de todo o país, recolheram-se cerca de 38 mil embalagens, o que corresponde a cerca de 416 toneladas de plástico PET, encaminhado depois para a reciclagem para que as embalagens ganhem uma nova vida.
Alinhado com as metas de recolha seletiva impostas pela União Europeia relativa aos plásticos de uso único, este projeto teve um saldo bastante positivo e prova que os portugueses estão empenhados em fazer muito mais pelo meio ambiente.
Por isso, é fundamental que a rotulagem das embalagens seja clara e objetiva, uma vez que a sociedade está cada vez mais predisposta a aprender e a cumprir os sinais da comunicação verde que consta num número cada vez mais crescente de produtos.