Descubra as principais diferenças entre os vários equipamentos de aquecimento de águas sanitárias para poder tomar a melhor decisão para a sua casa.

É uma dúvida que quase todas as pessoas têm na altura de equipar a cozinha ou mudar de equipamento - Qual o melhor sistema de aquecimento de águas sanitárias? Qual a solução mais económica e que não consome demasiada energia, sem correr o risco de ficar sem água quente a meio de um duche? Tudo depende do número de pessoas, dos horários de cada uma e do tipo de consumo, mas há certas características que facilitam a escolha.

Conheça as principais diferenças entre os equipamentos de aquecimento de água mais usados em Portugal: esquentador, caldeira, termoacumulador inteligente ou híbrido e bomba de calor.

Caldeiras a gás: aquece águas sanitárias e a casa

As caldeiras a gás permitem o aquecimento central por radiadores, sendo (em relação a estes) mais eficientes e uma das melhores soluções, no entanto, é também uma das soluções mais caras.

Ainda assim, as caldeiras a gás representam uma perda de 30% do calor produzido pela combustão que gera o calor. O funcionamento das caldeiras de condensação resolve parte deste problema: os gases que seriam desperdiçados são conduzidos para uma via secundária e, através da condensação, a caldeira consegue recuperar algum do calor da combustão que, de outra forma, seria desperdiçado.

A sua eficiência no aquecimento de águas sanitárias é notória quando as temperaturas de aquecimento são baixas, aproveitando verdadeiramente o potencial da condensação. Em condições ótimas de funcionamento, estas caldeiras geram uma poupança de 35% na fatura da energia, face a uma caldeira a gás.

Termoacumulador inteligente: menor investimento inicial

Termoacumulador inteligente


Também conhecidos como cilindros ou depósitos, os termoacumuladores são reservatórios de água aquecida pronta a usar. Se no passado estes equipamentos eram pesados e muito gastadores, os termoacumuladores mais recentes têm características que melhoram bastante a eficiência energética, além de terem um custo inicial mais baixo do que as outras soluções.

Alguns modelos permitem escolher entre uma instalação vertical (mais convencional) ou horizontal, adaptando-se melhor ao espaço disponível em casa. São igualmente uma boa opção quando o objetivo é utilizar apenas equipamentos ligados à corrente elétrica, evitando os riscos e a poluição inerentes ao gás.

Os termoacumuladores inteligentes conseguem ‘aprender’ as rotinas de quem vive em casa e adaptam o seu funcionamento à utilização da água, originando poupanças até 15% no consumo de energia para aquecimento de água sanitárias. Numa rotina de banhos matinais, por exemplo, o equipamento aquece a água umas horas antes, desligando-se ao longo do dia. No entanto uma parte da água, 40 litros, mantém-se aquecida para que esteja disponível de imediato.

Na altura de escolher o termoacumulador é importante ter em conta a capacidade do equipamento: 40 litros é o volume adequado a calcular por pessoa. Além disto, as cubas do termoacumulador devem ser revistas a cada dois anos para evitar calcificação e avarias. Há assim custos de manutenção associados e deve ainda ter-se em atenção o espaço disponível para o equipamento, em função da capacidade do depósito.

Adicionalmente, ao terem uma capacidade limitada, os termoacumuladores podem ajudar a adotar hábitos mais sustentáveis e reduzir o desperdício de água, o que acaba por ser vantajoso do ponto de vista económico, mas também ambiental.

Esquentador: a solução mais tradicional
esquentador

O esquentador a gás ainda é a solução mais comum no que respeita ao aquecimento de águas sanitárias, embora tenha vindo a perder preponderância nos últimos anos, uma vez que existem cada vez mais pessoas adeptas de soluções elétricas - mais seguras e, algumas até, mais económicas. É uma solução válida para quem tem fornecimento de gás, sobretudo gás natural canalizado. No entanto, se estivermos a falar de casas que necessitam de recorrer ao gás de botija, pode não ser a solução mais económica, nem a mais cómoda.

No entanto, além de dependerem de combustíveis fósseis, numa altura em que o caminho se faz para a transição energética para as renováveis, os esquentadores emitem gases poluentes para a atmosfera, havendo sempre algum risco de segurança associado, nomeadamente:

  • Risco de intoxicação por monóxido de carbono: Um dos principais perigos de ter este equipamento, alimentado a gás, são as potenciais fugas e inalação de monóxido de carbono que poderá mesmo, em casos mais graves, resultar em morte.
  • Risco de explosão;
  • Necessidade de, ao ter aparelhos a gás natural, haver inspeções de gás obrigatórias (pagas pelo cliente), por exemplo, quando se faz um novo contrato e inspeções periódicas de 5 em 5 anos, no caso de instalações com mais de 10 anos.

Há até países que já definiram datas para a proibição da venda de equipamentos a gás novos.

Na altura de escolher a capacidade do esquentador, medida em litros de água quente por minuto, deve ter-se em atenção o número de ‘pontos de saída’ (torneiras) e o espaço disponível – sendo que, ainda assim, o espaço exigido por um esquentador é geralmente menor do que a maioria das soluções de aquecimento de águas sanitárias.

Para um ponto de débito, ou seja, uma casa com 1 casa de banho com duche, um esquentador de 11/12 litros deverá ser suficiente. Já para uma casa com dois pontos de débito, uma casa com 2 ou mais casas de banho com duche a funcionar em simultâneo, 14-17 litros será o modelo mais recomendado. Não menos importante é a proximidade face às torneiras, para reduzir o desperdício de água fria inicial.

Além disso, alguns esquentadores são pensados para funcionar com sistemas de painéis solares, trabalhando como sistemas de apoio e fornecendo apenas a energia complementar necessária para o aquecimento da água.

Termoacumulador híbrido: o melhor de dois mundos
Ternoacumulador hibrido

Uma das soluções mais recentes em termos de aquecimento de água é o termoacumulador híbrido. Este sistema combina a tecnologia dos termoacumuladores inteligentes com a das bombas de calor, outra solução inovadora.

Em termos de redução de custos, este equipamento tem uma poupança estimada de 50% face a um termoacumulador tradicional. Um pouco como um carro híbrido, a tecnologia do termoacumulador híbrido permite alternar entre a resistência elétrica e a bomba de calor para gerir a eficiência, ou então usar ambas para aumentar a eficácia do aquecimento de água. Inclui também programas mais ecológicos, para reduzir o consumo de energia.

Relativamente a preços, os termoacumuladores híbridos situam-se entre os esquentadores e as bombas de calor. Quanto ao volume de litros necessário, o racional é em tudo semelhante ao dos outros termoacumuladores - 40 litros por pessoa -, podendo estes novos equipamentos ser instalados precisamente no mesmo espaço de outros termoacumuladores, usando os mesmos pontos de fixação, entrada e saída de água ou ligação elétrica.

Além disso, a instalação de um termoacumulador híbrido deve ser feita numa divisão com uma área mínima de 13m3, devido à ventilação do equipamento. Num teste da DECO, o termoacumulador Lydos Hybrid saiu vencedor destacado face a outros ‘cilindros’ e também esquentadores, tanto a gás de botija como gás natural.

Bombas de calor: a solução mais eficiente
Bomba de calor

Os campeões da eficiência no aquecimento de água em casa são as bombas de calor ar/água. Com uma classificação energética A+, estes dispositivos conseguem uma poupança que chega a 85% em relação aos termoacumuladores convencionais. E incluem também diferentes modos de funcionamento: ecológico, automático/inteligente, rápido e personalizado, além de poderem incluir filtros anti-legionella.

O sistema por trás das bombas de calor assemelha-se ao que é usado num ar condicionado. Na prática, o ar exterior que entra - sempre mais quente do que no sistema por onde vai passar - aquece um circuito interno que, potenciado por um compressor, permite subir a temperatura da água até 62ºC. Tudo sem recurso a resistências elétricas e consumo de gás ou outro combustível.

Apesar de envolver um investimento mais elevado no início, as bombas de calor ar/água baixam imediatamente os consumos de eletricidade. E permitem ainda reduzir o consumo de água até 30%, pois as bombas de calor têm normalmente economizadores de água associados, que controlam o caudal para garantir a eficiência do aquecimento.

Quanto à escolha do equipamento certo para uma casa ou apartamento, além do custo inicial, há que ter em conta o espaço e localização disponíveis. As bombas de calor ar/água requerem acesso facilitado ao exterior e podem ser monobloco ou ‘split’, com uma caixa no exterior da casa ligada ao reservatório de água e bomba no interior. Devem ainda ser instaladas numa divisão de pelo menos 20m3.

Mas afinal, qual a melhor solução para aquecimento de águas sanitárias?

Procura um sistema de aquecimento de água mais económico?

  • Se não tem gás natural e não quer investir muito, um termoacumulador é a solução indicada. Além de ser mais barato de adquirir, é também uma solução mais segura comparativamente aos esquentadores. E se não tiver gás natural, pode até ser uma solução que lhe ficará mais económica em termos de consumo.
  • Se tem gás natural e não quer investir muito, o esquentador pode ser melhor solução em termos de consumo de energia. No entanto, as vantagens da transição energética para eletricidade em termos de custos de utilização, eficiência e segurança são, sem dúvida, superiores.

Quer a escolha mais eficiente?

  • Se quer poupar ao máximo no consumo de energia e incluir o aquecimento da casa na intervenção, a bomba de calor é, de longe, a solução mais eficiente.
  • No caso de ter um sistema de painéis solares para aquecimento de águas, as bombas de calor ou os esquentadores, que trabalhem em conjunto com os painéis solares, são boas opções.

A sua principal preocupação é a segurança?

  • Se quer uma casa mais segura e sem os perigos inerentes ao gás, evite esquentadores e opte por termoacumuladores elétricos ou bombas de calor.

Precisa de muita água quente disponível?

  • Os termoacumuladores têm normalmente um depósito mais pequeno, menos indicado para famílias grandes. Já as bombas de calor, além da enorme eficiência energética, disponibilizam uma capacidade maior, sendo neste ponto também uma melhor solução para o aquecimento de águas sanitárias.

Sem dúvidas, tome a decisão mais consciente e adequada às suas necessidades na hora de escolher o equipamento para aquecer a água da sua casa.