Hoje em dia o gás natural é uma opção mais comum, mas ainda existem situações em que a solução mais indicada é o propano. Conheça as diferenças.
O gás é um combustível bastante comum nas casas portuguesas. Contudo, o tipo de gás disponível varia em função da região do país, e inclusivamente em algumas zonas do interior não se encontra disponível gás canalizado, seja natural ou propano. Noutras zonas, verifica-se a existência de apenas uma das soluções, limitando a escolha entre as duas opções.
Além do gás canalizado (natural ou propano) ser muito mais prático do que as botijas de gás que habitualmente se compram nas bombas de gasolina ou supermercados, existem outras diferenças que poderá ter em conta na altura de decidir qual a melhor solução de gás para o seu lar. Descubra tudo o que precisa sa-ber para fazer a melhor escolha.
O que é o gás natural?
O gás natural é um combustível fóssil, existente no subsolo e composto em cerca de 70% por gás metano. Considerado uma energia não renovável, a sua combustão emite dióxido de carbono, ainda que em baixa quantidade, o que faz com que tenha um menor impacto no ambiente, em comparação com outros combustíveis fósseis.
Nos últimos anos, em Portugal, o gás natural tem chegado a um número crescente de casas e negócios, pela facilidade de instalação, segurança e preço.
O que é o gás propano?
Produto derivado do petróleo e obtido através de complexos processos de refinaria, o gás propano tem um grande potencial calorífico, pelo que é muitas vezes indicado para grandes superfícies. No entanto, ao longo dos anos, o gás propano - que existe canalizado, a granel ou em garrafa - tem perdido utilizadores, à medida que aumentam as casas e negócios com instalação pré-via para gás natural.
Gás natural ou gás propano: as grandes diferenças
Para o uso doméstico, a finalidade destes dois combustíveis é exatamente a mesma: cozinhar, aquecer água e aquecer o ambiente. Ambos o fazem de maneira igualmente eficaz. Contudo, existem inúmeras diferenças.
- Instalação - no caso de novas construções, quando o distribuidor coloca gás natural, suporta todo o investimento. Se não se trata de uma nova construção e não tem uma instalação de gás natural em sua casa, terá de realizar obras, o que poderá implicar um investimento avultado. Já o gás propano, ou gás de botija, não exige qualquer instalação prévia
- Preço - numa fatura de gás natural o preço é estruturado em várias parcelas, , uma componente variável associada ao consumo de gás em m3/kWh, e uma componente fixa diária. O nível de preço de ambas as componentes varia consoante o escalão de gás escolhido pelo cliente. Em ambas as parcelas estão incluídos os custos associados a redes, taxas e impostos. Já numa fatura de gás propano canalizado ou a granel, só existem duas parcelas: a componente de consumo m3/kWh, que já inclui todos os custos de redes, e a componente de impostos. Uma vez que com o gás propano/butano a fatura está totalmente dependente do consumo, este tipo de solução poderá ser vantajosa para casas de férias.
- Segurança - em caso de fuga, o gás natural dissipa-se rapidamente, por ser mais leve do que o ar. Pelo contrário, o gás propano é mais pesado do que o ar, demorando mais a dissipar-se. Além disto, o gás natural pressupõe a existência de uma rede e de serviços de apoio 24 horas do dia.
- Pegada ambiental - o gás natural é mais amigo do ambi-ente, na medida em que emite menos CO2.
- Disponibilidade - o gás canalizado está sempre disponível na sua casa, não sendo necessário ir comprar uma nova garrafa e substituí-la cada vez que a anterior acabe. Mas em casas que não tenham instalação de gás natural - o que ainda acontece em algumas regiões de Portugal - o gás em garrafa (propano ou butano) acaba por estar mais disponível. É, no entanto, fundamental acautelar o fim de cada garrafa, tendo sempre uma de reserva, para evitar ficar sem gás em casa.
- Manutenção - a manutenção de uma instalação para gás canalizado é naturalmente mais complexa do que a manutenção para o uso de garrafas. Ainda assim, é fundamental, seja qual for a escolha, que a manutenção não seja descurada.
- Gestão - para quem opta por gás canalizado, a gestão mensal limita-se à comunicação das leituras e ao pagamento da fatura. Já com o gás em garrafa é necessário deslocar-se para a compra de novas garrafas ou garantir a presença em casa para receber uma entrega.
O que escolher?
Se a sua casa já tiver instalação de gás canalizado natural a decisão é fácil: a melhor opção é o gás natural. Se a sua casa ainda não tem instalação de gás natural, mas é uma habitação onde tenciona permanecer a longo prazo, vale a pena fazer a instalação, uma vez que este investimento será amortizado na poupança que vai obter na fatura de energia. Se, por outro lado, a casa não é sua e não tenciona ficar a viver nela a longo prazo, o gás natural talvez não seja a opção mais económica, na medida em que poderá não ter tempo de amortizar o investimento.
A médio longo prazo, o gasto mensal será bastante mais baixo com gás natural.
Se está interessado em colocar gás natural em sua casa, veja os tarifários de gás disponíveis. Poderá ainda ter acesso a descontos adicionais sobre a sua fatura de gás natural e assistência técnica gratuita aos seus equipamentos. Veja aqui como fazê-lo.
Cuidados a ter no dia-a-dia
No que respeita ao uso de gás em sua casa, as medidas de segurança nunca devem ser esquecidas. Garanta que os seus aparelhos a gás têm certificados de segurança e, quando estes precisarem de ser instalados ou reparados, recorra a técnicos especializados.
Mantenha chaminés e exaustores limpos, e tenha em conta que é proibido instalar esquentadores em casas de banho, procure ter sempre uma janela aberta aquando da utilização de vários aparelhos a gás de forma a ventilar o local, e deixe sempre o gás fechado em ausências prolongadas.
Se tiver botijas de gás em casa, não as guarde junto a fontes de calor e, quando as arrumar, certifique-se que o redutor está virado para cima.
Além disto, deve certificar-se de que os aparelhos a gás estão instalados com recurso a tubos de borracha aprovados para o tipo de gás utilizado e que se encontram dentro do prazo de validade. Os tubos de borracha de instalação de aparelhos a gás devem ser substituídos sempre que a sua validade caduca ou apresentam fissuras ou qualquer outro sinal de degradação.
O que fazer se sentir cheiro a gás?
Se sentir cheiro a gás:
- Apague qualquer chama que possa estar acesa
- Abra portas e janelas
- Não acenda cigarros
- Não utilize equipamentos eletrónicos
- Não ligue/desligue as luzes (idealmente desligue o quadro elétrico)
- Chame de imediato um técnico para averiguar a situação, mesmo que sinta o cheiro a dissipar-se.
As fugas de gás podem ser perigosas, não só por risco de explosão, como pela inalação de monóxido de carbono (o qual não tem cheiro, o que significa que pode não se aperceber que o está a inalar). Por isso, pode fazer sentido instalar um detetor de monóxido de carbono.
Caso queira garantir que o seu lar está sempre em segurança, pode ainda aderir ao serviço Funciona que lhe oferece um check-up à casa - onde se inclui uma revisão à instalação de gás com o objetivo de detetar eventuais fugas de gás, concentração de monóxido de carbono ou outras anomalias.