Construa a sua casa como sempre a idealizou. Ao escolher materiais de qualidade e equipamentos elétricos eficientes, poupa no orçamento e o ambiente.
Comprar casa, seja a primeira, a segunda ou a terceira, é sempre um desafio, independentemente do tipo de consumidor que a procura. Por vezes, adoramos a luz natural da cozinha, mas os quartos são demasiado pequenos; outras vezes, é a sala que é pequena e a casa de banho é apenas uma, quando idealizámos, pelo menos, duas; outras ainda, são os acabamentos, que não são bem aquilo queríamos, nem tem aquele espaço exterior com que sempre sonhámos.
A aventura pela procura da casa ideal para nós, de preferência eficiente, em prol do ambiente e da economia da família, chega a durar um bom par de meses e, ainda assim, acabamos muitas vezes vencidos pelo cansaço, e compramos uma residência que cumpre alguns dos requisitos que queríamos, mas nunca todos.
Para termos uma casa à nossa medida e como sempre sonhámos, nada melhor do que construí-la de raiz. Aí, temos a certeza que cumpre todos os requisitos que idealizámos e ainda podemos poupar com isso. Como? Descubra aqui algumas dicas que o podem ajudar no caso de querer construir a sua casa.
1. Defina o orçamento e trate das burocracias
Não há como fugir a este ponto. Estabeleça o orçamento que tem disponível para a construção da sua casa e defina prioridades, tendo em conta o máximo de cenários possíveis para evitar derrapagens financeiras ou a escolha de materiais mais fracos. A construção da sua nova casa implicará a aquisição de um terreno apto para edificação e a aprovação camarária do projeto de arquitetura e construção. Para o efeito, consulte o Plano Diretor Municipal, para verificar a viabilidade da construção, área que pode construir e número de pisos.
Para conseguir o licenciamento, terá de contratar um gabinete de arquitetura, um gabinete de engenharia e um empreiteiro geral responsável por toda a obra.
2. Contratação dos profissionais
Demore o tempo que for preciso para escolher a equipa de construção civil que porá mãos à obra, porque daqui vai depender, em muito, o resultado final que idealizou para a sua nova casa.
O mais indicado é contratar um empreiteiro que faça toda a gestão da obra e um gabinete de arquitetura que faça a assessoria técnica ao projeto. Pesquise muito e aconselhe-se com especialistas do mercado. Neste ponto, não pense em poupar, é preferível gastar mais algum dinheiro numa boa equipa para garantir que tem pessoal habilitado a conduzir a obra.
3. Escolha dos materiais
Aqui, o segredo é contar com a criatividade e qualificações do arquiteto para projetar o estilo com que sonha. Selecione materiais de qualidade, de fácil manutenção, seja pela durabilidade dos mesmos seja pela sua fiabilidade.
Pode ainda juntar o útil ao agradável e optar por materiais sustentáveis, que juntam à qualidade comprovada a preservação do planeta. Pode substituir, por exemplo, o aço utilizado no betão armado por madeira certificada que provém das florestas geridas de forma sustentável, ou pelo bambu nas suas portas e outros pisos. Também a argamassa de argila em substituição do cimento para as paredes e para assentar acabamentos é outra solução que pode considerar. Os tijolos ecológicos, compactados e moldados em prensa hidráulica, em vez de serem queimados em fornos, o que gera gases poluentes, ou as tintas ecológicas são outras mais-valias no que respeita à sustentabilidade do seu novo lar.
4. Eficiência energética da casa
Alguns materiais sustentáveis podem, inicialmente, custar mais um pouco, mas, no final, a poupança a médio prazo será maior. Painéis solares, lâmpadas LED ou torneiras eficientes são escolhas inteligentes.
Mas há mais. Pode também eletrificar a sua habitação para a tornar mais eficiente, e reduzir as suas emissões. Por isso, em vez de escolher equipamentos a gás para aquecer água e cozinhar, considere os equipamentos elétricos e eficientes, do frigorífico à máquina de lavar roupa, ou a bomba de calor, que aquece a água e o ambiente.
A eficiência energética de uma casa envolve também questões de isolamento térmico, de janelas e portas eficientes, o tamanho da casa, a sua localização e orientação, a configuração da mesma e envolventes, como árvores, arbustos e outras casas.
Considere ao pormenor a localização e o tamanho das portas e janelas envidraçadas nos vários lados da casa e outros detalhes, como o ângulo das janelas em relação ao sol e à sombra. Evite caixilharias sem corte térmico e portadas de alumínio, prefira o PVC ou outro material que bloqueie ganhos e perdas de calor.
Escolha o tipo de envidraçado com os coeficientes energéticos adequados e opte, sempre que possível, por painéis fotovoltaicos, sem esquecer a importância da sua orientação, para maximizar a captação da luz solar, e a limpeza dos mesmos. Saiba ainda que não é só no verão que vai notar uma redução na sua fatura de eletricidade, também no inverno os painéis solares conseguem poupanças significativas, tendo em conta as condições meteorológicas que o nosso país oferece.
Não descure também o espaço da sua garagem. No caso de estar a pensar fazer a transição para a mobilidade elétrica, anteveja a instalação de uma wallbox para carregar a bateria do carro elétrico. Posteriomente, poderá gerir e monotorizar os seus carregamentos através de aplicações como a EDP Charge.
Por falar em equipamentos inteligentes, se vai construir uma casa invista também na domótica. A tecnologia que anda de mãos dadas com a sustentabilidade passa por centralizar o controlo das funções dos vários sistemas da sua habitação no seu smartphone ou no tablet.
A iluminação, a climatização, o controlo dos seus eletrodomésticos ou mesmo das fechaduras podem ser feitos localmente ou à distância de um clique. Imagine que sai de casa e se esquece da TV ligada? Através da domótica, pode desligá-la de qualquer lugar, sabendo sempre quais os equipamentos que estão ligados ou desligados, bem como poderá monitorizar todos os custos associados aos mesmos.
Ou seja, fará a gestão integrada dos diferentes equipamentos da sua habitação, o que lhe permitirá uma poupança efetiva na sua fatura de energia e ainda o conforto de poder acionar comandos à distância.
5. Casa pré-fabricada, por que não?
É uma opção económica, rápida e ecológica, que começa a ganhar adeptos em Portugal. Possui o conforto e bem-estar de uma casa tradicional e já existe uma grande variedade de empresas construtoras que se dedicam a este tipo de imóveis modulares ou pré-fabricados.
Não se esqueça, porém, que o enquadramento legal para este tipo de habitação é exatamente o mesmo do que para uma casa de construção tradicional.
Independentemente da construção, o licenciamento é sempre obrigatório e a legislação aplicável é comum à construção de qualquer outro imóvel.
Como vê, tem aqui um guia completo que o ajudará a planear a construção da sua casa nova.